quarta-feira, 21 de agosto de 2019

E o que ele chama de mãe é uma organização de palavras que lhe enfiaram nos ouvidos e na boca, é uma organização de coisas que lhe puseram no corpo. Não é a minha língua que é materna, é a mãe que é uma língua; e não é o meu organismo que vem da mãe, é a mãe que é uma coleção de órgãos, a coleção de meus próprios órgãos. O que se chama de Mãe é a Vida. E o que se chama de Pai é a estranheza, todas essas palavras que eu não conheço e que atravessam as minhas, todos esses átomos que não param de entrar e de sair de meu corpo.
Deleuze, Gilles, 1925 -1995 Crítica e clínica; tradução de Peter Pál Pelbart. — São Paulo: Ed. 34,1997 p24.






Benivaldo do Nascimento Junior

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