Vias Metabólicas e Cadeias Bioquímicas da
N-Acetilcisteína (NAC)
- 1.
Metabolismo e Bioquímica da N-Acetilcisteína
A N-acetilcisteína (NAC) é um derivado do aminoácido
L-cisteína e atua primariamente como um precursor na biossíntese do
antioxidante glutationa. No corpo humano, após administração oral ou
intravenosa, a NAC é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal e
distribuída para os tecidos, onde é desacetilada para cisteína. A cisteína
entra nas células e é utilizada para a síntese de glutationa, um importante
antioxidante intracelular.
1.1. Síntese e Função da Glutationa: A glutationa
reduzida (GSH) é crucial para neutralizar espécies reativas de oxigênio (ROS),
proteger contra o estresse oxidativo e manter a integridade redox celular. A
NAC, elevando os níveis de GSH, ajuda a mitigar danos em várias estruturas
celulares, incluindo proteínas, lipídios e DNA.
- 2.
Efeitos no Sistema Nervoso e no Cérebro
No cérebro, a NAC atravessa a barreira hematoencefálica e
pode exercer múltiplos efeitos neuroprotetores, principalmente através de sua
capacidade antioxidante.
2.1. Neurotransmissores e Receptores: A NAC
influencia a neurotransmissão, modulando a liberação de glutamato e dopamina.
Por regular o glutamato, ela pode prevenir a excitotoxicidade neuronal, que é
um processo patológico implicado em várias doenças neurodegenerativas e
episódios de lesão cerebral aguda.
2.2. Proteção Neuronal: Além de sua ação
antioxidante, a NAC modula a apoptose (morte celular programada) e inflamação
no cérebro, contribuindo para sua função neuroprotetora. Estudos indicam que a
NAC pode atenuar os sintomas em distúrbios como depressão e esquizofrenia, por
meio destes mecanismos.
- 3.
Efeitos Fisiológicos e Celulares nos Órgãos
A NAC exerce efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios em
diversos órgãos, protegendo-os contra o estresse oxidativo e inflamação.
3.1. Fígado: No fígado, a NAC é usada para tratar a
hepatotoxicidade induzida por paracetamol, por reabastecer rapidamente as
reservas de GSH.
3.2. Pulmões: No sistema respiratório, a NAC ajuda a
quebrar ligações dissulfídicas no muco, facilitando a expectoração em doenças
pulmonares crônicas.
- 4.
Conclusão e Referências Bibliográficas
A N-acetilcisteína tem demonstrado vasta aplicabilidade na
medicina devido às suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e
moduladoras de neurotransmissores. Seu impacto positivo é observado em várias
condições patológicas, abrangendo desde doenças neurodegenerativas até
condições hepáticas agudas.
Referências-chave:
- Rushworth, G. F., & Megson,
I. L. (2014). Existing and potential therapeutic uses for
N-acetylcysteine: The need for conversion to intracellular glutathione for
antioxidant benefits. Pharmacology & Therapeutics, 141(2),
150-159.
- Samuni, Y., Goldstein, S.,
Dean, O. M., & Berk, M. (2013). The chemistry and biological
activities of N-acetylcysteine. Biochimica et Biophysica Acta (BBA)
- General Subjects, 1830(8), 4117-4129.
- Berk, M., Malhi, G. S., Gray,
L. J., & Dean, O. M. (2013). The promise of N-acetylcysteine in
neuropsychiatry. Trends in Pharmacological Sciences, 34(3),
167-177.
Nenhum comentário:
Postar um comentário