A Histamina: Visão Bioquímica e Celular nas Neurociências
1. Introdução
A histamina é uma amina biogênica que desempenha um papel
crucial tanto no sistema nervoso central quanto no periférico. Ela é envolvida
em diversas funções fisiológicas e patológicas, incluindo a resposta imune,
regulação da secreção ácida gástrica e neurotransmissão.
2. Estrutura Bioquímica da Histamina
2.1 Estrutura Molecular
A histamina (C_5H_9N_3) é um composto químico formado pela
descarboxilação do aminoácido histidina. Sua estrutura é composta por um anel
imidazol e uma cadeia lateral de etilamina.
2.2 Síntese e Degradação
A histamina é sintetizada pela ação da enzima histidina
descarboxilase, que converte histidina em histamina. A degradação da histamina
ocorre principalmente através da ação das enzimas histamina-N-metiltransferase
(HMT) e diamina oxidase (DAO), que resultam em N-metilhistamina e ácido
imidazolacético, respectivamente.
3. Mecanismos Celulares
3.1 Armazenamento e Liberação
Nas células, a histamina é armazenada principalmente em
vesículas dentro de mastócitos e basófilos. No sistema nervoso central,
neurônios histaminérgicos localizados no hipotálamo armazenam e liberam
histamina. A liberação de histamina pode ser desencadeada por diversos
estímulos, incluindo reações alérgicas e sinais neurológicos.
3.2 Receptores de Histamina
Existem quatro tipos principais de receptores de histamina,
todos eles acoplados a proteínas G:
H1: Envolvido na mediação da resposta alérgica e inflamatória,
além de regular funções cerebrais como o ciclo sono-vigília.
H2: Principalmente relacionado à regulação da secreção de
ácido gástrico.
H3: Funciona como autoreceptor e heteroreceptor no cérebro,
modulando a liberação de vários neurotransmissores.
H4: Envolvido na resposta imune e inflamatória, similar ao
H1, mas com maior expressão em células hematopoiéticas.
4. Neurociências: Papel da Histamina no Sistema Nervoso
Central
4.1 Localização e Função dos Neurônios Histaminérgicos
Os neurônios histaminérgicos estão concentrados no núcleo
tuberomamilar do hipotálamo. Esses neurônios projetam-se amplamente para várias
regiões do cérebro, incluindo córtex, hipocampo e medula espinhal.
4.2 Neurotransmissão Histaminérgica
A histamina atua como neurotransmissor modulador no cérebro,
influenciando várias funções como:
Vigilância e Ciclo Sono-Vigília: A ativação dos receptores
H1 no cérebro promove a vigília, enquanto antagonistas H1 são utilizados como
sedativos.
Regulação do Apetite: A histamina tem um papel anorexígeno,
suprimindo a ingestão de alimentos através de ações no hipotálamo.
Termorregulação: A histamina influencia a temperatura
corporal, atuando no hipotálamo anterior.
Modulação da Dor e Inflamação: A histamina contribui para a
resposta inflamatória e a percepção da dor.
4.3 Interações com Outros Neurotransmissores
A histamina modula a liberação de vários neurotransmissores,
incluindo acetilcolina, dopamina, serotonina, e norepinefrina, principalmente
através da ativação dos receptores H3.
5. Conclusão
A histamina é uma molécula versátil e essencial tanto em
processos fisiológicos normais quanto patológicos. Sua ação no sistema nervoso
central e periférico ilustra a complexidade e a importância da integração entre
bioquímica, neurociências e respostas celulares.
6. Referências Bibliográficas
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Parsons, M.
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A avaliação dos níveis de histamina no corpo pode ser
realizada através de diversos tipos de exames laboratoriais. Aqui estão alguns
métodos que podem ser usados para determinar se há um desequilíbrio nos níveis
de histamina:
1. Exames de Sangue
1.1 Dosagem de Histamina Plasmática
A histamina pode ser medida diretamente no plasma sanguíneo.
Este exame envolve a coleta de uma amostra de sangue e a análise quantitativa
da concentração de histamina utilizando técnicas como cromatografia líquida de
alta eficiência (HPLC) ou ensaios imunológicos (ELISA).
1.2 Marcadores de Mastócitos
Níveis elevados de histamina podem ser indicativos de
ativação de mastócitos. Outros marcadores que podem ser avaliados incluem
triptase e prostaglandinas, que também são liberados pelos mastócitos durante
as reações alérgicas.
2. Exames de Urina
2.1 Metabolitos de Histamina na Urina
A histamina é metabolizada principalmente em
N-metilhistamina e ácido imidazolacético, que podem ser medidos na urina. A
coleta de urina de 24 horas pode ser usada para determinar a excreção diária
desses metabolitos, proporcionando uma avaliação indireta da produção e
degradação de histamina no corpo.
3. Testes Cutâneos
3.1 Teste de Prick
Embora não meça diretamente os níveis de histamina, o teste
de prick é uma técnica comum para avaliar reações alérgicas mediadas pela
liberação de histamina. Pequenas quantidades de alérgenos são aplicadas na pele
e a reação local é observada. A formação de pápulas e eritema é um indicativo
de liberação de histamina em resposta ao alérgeno.
4. Desafios de Dieta
4.1 Dieta de Baixa Histamina
Em alguns casos, uma dieta de eliminação com baixo teor de
histamina pode ser usada para avaliar se os sintomas do paciente estão
relacionados ao excesso de histamina. Se os sintomas melhorarem com a redução
da ingestão de alimentos ricos em histamina, isso pode indicar uma intolerância
à histamina.
Considerações Clínicas
Os resultados dos exames devem ser interpretados dentro do
contexto clínico geral do paciente. Alterações nos níveis de histamina podem
ser associadas a várias condições, incluindo alergias, mastocitose, síndrome de
ativação mastocitária, e intolerância à histamina. A correlação com sintomas
clínicos, histórico médico detalhado e outras investigações laboratoriais é
crucial para um diagnóstico preciso.
Referências Bibliográficas
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procedure to detect histamine in fresh foods. Allergologia et Immunopathologia,
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Schwelberger,
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Histamine in Inflammation (pp. 299-320). Springer, Basel.
Esses métodos de avaliação podem fornecer informações
valiosas sobre os níveis de histamina no corpo e ajudar a identificar possíveis
desequilíbrios.
Os alimentos ricos em histamina ou que podem induzir a
liberação de histamina no corpo são importantes de considerar, especialmente
para indivíduos com intolerância à histamina ou com condições como síndrome de
ativação mastocitária. Abaixo estão os principais grupos de alimentos que são
conhecidos por serem ricos em histamina ou por promoverem a liberação de
histamina:
1. Alimentos Ricos em Histamina
1.1 Produtos Fermentados
Queijos maturados: Parmesão, queijo azul, Roquefort, Gouda.
Carnes curadas: Presunto, salame, salsicha.
Vegetais fermentados: Chucrute, kimchi.
Soja fermentada: Missô, tempeh, molho de soja.
1.2 Bebidas Fermentadas
Vinho: Especialmente vinho tinto.
Cerveja: Cervejas artesanais e não pasteurizadas.
Champanhe.
1.3 Alimentos Processados
Alimentos enlatados: Peixes enlatados (atum, sardinha),
vegetais enlatados.
Alimentos defumados: Peixes defumados (salmão, arenque).
2. Alimentos que Induzem a Liberação de Histamina
2.1 Frutas e Vegetais
Frutas cítricas: Laranja, limão, tangerina.
Tomates.
Espinafre.
Berinjela.
2.2 Outros
Chocolate e cacau.
Nozes: Especialmente nozes e castanhas de caju.
Espinafre.
3. Alimentos Contendo Outros Aminas Biogênicas
3.1 Alimentos com Tiramina
Queijos envelhecidos.
Carnes curadas.
Alimentos fermentados.
Vinho tinto.
4. Alimentos Liberadores de Histamina
4.1 Alimentos com Histidina Alta (precursor da histamina)
Peixes: Atum, cavala, sardinha.
Carnes: Especialmente carnes processadas.
Mecanismos de Ação
A histamina é formada pela descarboxilação do aminoácido
histidina. Alimentos ricos em histidina, quando processados por microrganismos,
podem resultar em níveis elevados de histamina. Além disso, certos alimentos
podem estimular a liberação de histamina dos mastócitos no trato
gastrointestinal ou afetar a atividade das enzimas que metabolizam a histamina,
como a diamina oxidase (DAO).
Considerações Dietéticas
Para indivíduos com intolerância à histamina, é recomendado
evitar ou limitar a ingestão dos alimentos listados acima. A introdução de uma
dieta com baixo teor de histamina pode ajudar a minimizar os sintomas e
melhorar a qualidade de vida. No entanto, a dieta deve ser balanceada e
supervisionada para evitar deficiências nutricionais.
Referências Bibliográficas
Maintz, L., & Novak, N. (2007). Histamine and histamine intolerance. The
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H. G. (2010). Histamine N-methyltransferase (HNMT) enzyme and gene. In
Histamine in Inflammation (pp. 299-320). Springer, Basel.
A gestão dietética é uma parte crucial para aqueles que
apresentam sintomas relacionados à histamina, e o entendimento das fontes
alimentares de histamina pode ajudar a prevenir reações adversas.
Os anti-histamínicos, especificamente os antagonistas dos
receptores H1, têm sido amplamente utilizados como auxiliares na regulação do
sono devido às suas propriedades sedativas. A seguir, uma visão detalhada sobre
como esses fármacos funcionam na regulação do sono, seus mecanismos de ação,
eficácia e considerações clínicas.
1. Mecanismo de Ação dos Anti-Histamínicos
1.1 Receptores H1 no Sistema Nervoso Central
Os receptores H1 de histamina estão amplamente distribuídos
no sistema nervoso central, especialmente em áreas relacionadas à regulação do
ciclo sono-vigília, como o hipotálamo. A ativação desses receptores pela
histamina promove a vigília e a excitação cortical.
1.2 Bloqueio dos Receptores H1
Os anti-histamínicos de primeira geração, como a
difenidramina e a doxilamina, atravessam facilmente a barreira hematoencefálica
e bloqueiam os receptores H1 no cérebro. Este bloqueio reduz os efeitos
excitatórios da histamina, promovendo sedação e facilitando o início e a
manutenção do sono.
2. Uso Clínico de Anti-Histamínicos na Regulação do Sono
2.1 Anti-Histamínicos de Primeira Geração
Difenidramina: Comercialmente conhecida como Benadryl, é
frequentemente usada como sedativo e está presente em muitos medicamentos de
venda livre para insônia.
Doxilamina: Encontrada em medicamentos como o Unisom, é
outro anti-histamínico de primeira geração utilizado para promover o sono.
2.2 Eficácia e Segurança
Estudos mostram que os anti-histamínicos de primeira geração
podem ser eficazes para induzir o sono devido às suas propriedades sedativas.
No entanto, o uso prolongado pode levar à tolerância e diminuição da eficácia.
Além disso, esses medicamentos podem causar efeitos colaterais significativos,
como boca seca, constipação, retenção urinária e confusão, especialmente em
idosos.
3. Considerações Clínicas
3.1 Efeitos Colaterais
Os efeitos colaterais anticolinérgicos dos anti-histamínicos
de primeira geração podem limitar seu uso em certas populações. Em idosos, por
exemplo, há um risco aumentado de confusão, delírio e quedas.
3.2 Tolerância e Dependência
O uso regular de anti-histamínicos para o sono pode levar ao
desenvolvimento de tolerância, onde doses progressivamente maiores são
necessárias para obter o mesmo efeito sedativo. Isso pode potencialmente
resultar em dependência psicológica.
3.3 Alternativas Terapêuticas
Para pacientes com insônia crônica, outras intervenções
farmacológicas, como os antagonistas dos receptores de melatonina, agonistas
dos receptores de benzodiazepínicos (como zolpidem), e intervenções não
farmacológicas, como terapia cognitivo-comportamental para insônia (CBT-I),
podem ser mais apropriadas.
4. Referências Bibliográficas
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Conclusão
Os anti-histamínicos de primeira geração podem ser
utilizados para a regulação do sono devido às suas propriedades sedativas, mas
seu uso deve ser cuidadosamente considerado devido ao risco de efeitos
colaterais e ao desenvolvimento de tolerância. Para casos de insônia crônica,
outras opções terapêuticas podem ser mais seguras e eficazes.
1. Introdução
A secreção ácida gástrica é um processo fisiológico complexo
regulado por diversos estímulos hormonais, neurais e paracrinos. A histamina
desempenha um papel crucial na regulação da secreção de ácido clorídrico (HCl)
pelas células parietais do estômago. Este processo envolve interações
bioquímicas e celulares específicas, bem como mecanismos fisiológicos
integrados.
2. Aspectos Bioquímicos
2.1 Síntese de Histamina
A histamina é sintetizada a partir do aminoácido histidina
pela ação da enzima histidina descarboxilase. Essa enzima é encontrada em
várias células, incluindo mastócitos, células enterocromafim-like (ECL) e
neurônios.
2.2 Estrutura e Receptores
A histamina é uma amina biogênica com a fórmula C_5H_9N_3.
Ela atua ligando-se a receptores específicos, principalmente os receptores H2
nas células parietais gástricas. Esses receptores são acoplados a proteínas G,
especificamente Gs.
3. Mecanismos Celulares
3.1 Células Parietais
As células parietais estão localizadas nas glândulas
oxínticas do estômago e são responsáveis pela secreção de HCl. Elas possuem
receptores para histamina (H2), acetilcolina (M3) e gastrina (CCK2).
3.2 Sinalização via Receptor H2
Ligação de Histamina: A histamina liberada pelas células ECL
se liga aos receptores H2 nas células parietais.
Ativação de Proteínas Gs: A ligação da histamina ao receptor
H2 ativa a proteína Gs associada.
Estimulação da Adenilato Ciclase: A proteína Gs ativada
estimula a enzima adenilato ciclase, aumentando os níveis de AMP cíclico (cAMP)
intracelular.
Ativação da Proteína Quinase A (PKA): O aumento de cAMP
ativa a PKA.
Fosforilação de Proteínas: A PKA fosforila várias proteínas
envolvidas na secreção de HCl, incluindo a bomba de prótons H^+/K^+-ATPase
localizada na membrana apical das células parietais.
3.3 Interação com Outros Estímulos
Acetilcolina: Liberada pelos neurônios vagais, a
acetilcolina se liga aos receptores muscarínicos (M3) nas células parietais,
ativando a via do IP3/DAG, aumentando a liberação de Ca^2+ intracelular.
Gastrina: Liberada pelas células G do antro gástrico em
resposta à presença de peptídeos e aminoácidos, a gastrina se liga aos
receptores CCK2 nas células ECL, estimulando a liberação de histamina, e
diretamente aos receptores nas células parietais.
4. Aspectos Fisiológicos
4.1 Regulação da Secreção Ácida
A secreção de ácido gástrico é regulada em três fases:
cefálica, gástrica e intestinal.
Fase Cefálica: Iniciada pelo pensamento, visão, cheiro e
gosto dos alimentos, mediada pelo nervo vago, que estimula a liberação de
acetilcolina e gastrina.
Fase Gástrica: Iniciada pela distensão do estômago e
presença de alimentos, estimulando a liberação de gastrina e histamina.
Fase Intestinal: Controlada pela entrada de quimo ácido no
intestino delgado, liberando hormônios como a secretina e o peptídeo inibidor
gástrico (GIP), que inibem a secreção ácida.
4.2 Inibição da Secreção
Somatostatina: Liberada pelas células D do estômago em
resposta a pH baixo, inibe a liberação de histamina, gastrina e diretamente a
secreção de HCl.
Prostaglandinas: Agem através de receptores EP3 nas células
parietais, inibindo a adenilato ciclase e reduzindo a produção de cAMP.
5. Conclusão
A regulação da secreção ácida gástrica pela histamina é um
processo bem coordenado envolvendo sinalização bioquímica e celular complexa. A
histamina, através de sua ação nos receptores H2, desempenha um papel central
na estimulação da secreção de HCl, interagindo com outros mediadores como a
acetilcolina e a gastrina para ajustar a produção ácida conforme as
necessidades fisiológicas.
6. Referências Bibliográficas
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Esta análise detalha os mecanismos bioquímicos, celulares e
fisiológicos da regulação da secreção ácida gástrica pela histamina, destacando
a complexidade e a importância desse processo para a homeostase digestiva.
A Ativação dos Receptores H1 de Histamina no Sistema Nervoso
Central
Os receptores H1 de histamina desempenham um papel crucial
na regulação do ciclo sono-vigília, especialmente no sistema nervoso central
(SNC). A histamina, ao se ligar a esses receptores, influencia a excitação
cortical e promove a vigília. A seguir, uma análise detalhada dos mecanismos
bioquímicos, celulares e fisiológicos envolvidos neste processo.
1. Distribuição e Função dos Receptores H1
1.1 Distribuição dos Receptores H1
Os receptores H1 estão amplamente distribuídos no SNC, com
alta densidade em áreas críticas para a regulação do ciclo sono-vigília,
incluindo:
Hipotálamo: Especialmente no núcleo tuberomamilar (TMN).
Córtex Cerebral: Envolvido na regulação da excitação e da
função cognitiva.
Sistema Límbico: Áreas como o hipocampo e a amígdala, que
estão associadas a processos emocionais e memória.
Tronco Cerebral: Que participa na modulação do estado de
alerta e vigília.
2. Mecanismos Celulares e Bioquímicos
2.1 Síntese e Liberação de Histamina
A histamina é sintetizada a partir do aminoácido histidina
pela ação da enzima histidina descarboxilase. No SNC, os neurônios
histaminérgicos localizados no núcleo tuberomamilar do hipotálamo sintetizam e
liberam histamina.
2.2 Ligação aos Receptores H1
A histamina liberada se difunde através da sinapse e se liga
aos receptores H1 acoplados à proteína Gq na membrana pós-sináptica.
2.3 Cascata de Sinalização Intracelular
Ativação de Gq: A ligação da histamina ao receptor H1 ativa
a proteína Gq, que, por sua vez, ativa a fosfolipase C (PLC).
Produção de IP3 e DAG: A PLC catalisa a conversão de
fosfatidilinositol 4,5-bifosfato (PIP2) em inositol trifosfato (IP3) e
diacilglicerol (DAG).
Liberação de Ca²⁺: O IP3 se liga a seus receptores no
retículo endoplasmático, promovendo a liberação de íons cálcio (Ca²⁺) no
citoplasma.
Ativação da PKC: O DAG, junto com o aumento de Ca²⁺, ativa a
proteína quinase C (PKC), que fosforila várias proteínas efetoras, modulando a
excitabilidade neuronal e a atividade sináptica.
3. Efeitos Fisiológicos da Ativação dos Receptores H1
3.1 Promoção da Vigília
A ativação dos receptores H1 pela histamina resulta em
aumento da excitação cortical, promovendo estados de alerta e vigília. Isso
ocorre através da modulação da atividade dos neurônios em várias regiões do
cérebro, incluindo o córtex cerebral e o tronco encefálico.
3.2 Influência no Ciclo Sono-Vigília
A histamina, atuando nos receptores H1, tem um efeito
estimulador no SNC que é crucial para a manutenção da vigília. Durante o estado
de vigília, a atividade dos neurônios histaminérgicos é alta, enquanto que
durante o sono, especialmente no sono REM, essa atividade é significativamente
reduzida.
3.3 Modulação da Excitação Cortical
A histamina, ao se ligar aos receptores H1, contribui para a
modulação da transmissão sináptica excitatória. Isso inclui o aumento da
liberação de outros neurotransmissores excitadores, como a acetilcolina e a
norepinefrina, que também participam da regulação do estado de alerta.
4. Implicações Clínicas
4.1 Distúrbios do Sono
Disfunções nos níveis de histamina ou na sinalização dos
receptores H1 podem estar associadas a distúrbios do sono, como insônia.
Anti-histamínicos que bloqueiam os receptores H1 são frequentemente utilizados
como sedativos devido à sua capacidade de induzir o sono.
4.2 Uso de Anti-Histamínicos
Os anti-histamínicos de primeira geração, como a
difenidramina, atravessam a barreira hematoencefálica e bloqueiam os receptores
H1, reduzindo a vigília e promovendo a sedação. No entanto, seu uso deve ser
monitorado devido aos potenciais efeitos colaterais, incluindo sonolência
residual e impactos na função cognitiva.
5. Conclusão
A regulação do ciclo sono-vigília pela histamina através da
ativação dos receptores H1 é um processo complexo que envolve múltiplas vias
bioquímicas e celulares. A histamina, ao promover a vigília e a excitação
cortical, desempenha um papel essencial na manutenção dos estados de alerta e
na modulação do sono. Compreender esses mecanismos pode ajudar no
desenvolvimento de terapias para distúrbios do sono e outras condições
neurológicas.
6. Referências Bibliográficas
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Esta análise detalha os mecanismos bioquímicos, celulares e
fisiológicos envolvidos na regulação do ciclo sono-vigília pela histamina,
destacando a importância dos receptores H1 no SNC.
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