Enfim, a consciência e essencialmente livre; é a própria liberdade; mas não pode atravessar a matéria sem se pousar sobre ela, sem se adaptar a ela: essa adaptação é o que se chama intelectualidade; e a inteligência, voltando-se para a consciência atuante, isto é, livre, a faz naturalmente entrar nos quadros nos quais costuma ver a matéria se inserir. Perceberá portanto sempre a liberdade sob a forma de necessidade; sempre negligenciará a parte de novidade ou de criação inerente ao ato livre, sempre substituirá a ação mesma por uma imitação artificial, aproximativa, obtida compondo o antigo como antigo e o mesmo como mesmo. Assim, aos olhos de uma filosofia que se esforça para reabsorver a inteligência na intuição, muitas dificuldades se desvanecem ou se atenuam. Mas uma tal doutrina não facilita apenas a especulação. Dá-nos também mais força para agir e para viver.
Bergson. Henri. A Evolução Criadora: tradução Bento Prado, Martins Fonte, São Paulo, 2005. p292
Que tipo de faculdade permitiria ao homem ultrapassar o plano da adaptação? Qual é a fonte da sua abertura excepcional à incógnita absoluta dos objetos virtuais? Em que escarpa virtuosa realiza-se o triunfo sobre o mecanismo e a necessidade? Como o compasso acertado entre a inteligência e a atividade funcional se dobra a plasticidade de uma forma imprevisível? De que modo a linha do homem se mostra capaz de “baralhar os planos”, dando passagem ao impulso vital que lhe atravessa no rumo de uma “direção aberta”?
Que tipo de faculdade permitiria ao homem ultrapassar o plano da adaptação? Qual é a fonte da sua abertura excepcional à incógnita absoluta dos objetos virtuais? Em que escarpa virtuosa realiza-se o triunfo sobre o mecanismo e a necessidade? Como o compasso acertado entre a inteligência e a atividade funcional se dobra a plasticidade de uma forma imprevisível? De que modo a linha do homem se mostra capaz de “baralhar os planos”, dando passagem ao impulso vital que lhe atravessa no rumo de uma “direção aberta”?
Benivaldo do Nascimento Junior
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