Maria Critis
"Aspectos neuropsicológicos do córtex
pré-frontal"
Trabalho apresentado para a disciplina de Neurologia, do curso de Especialização em Neuropsicologia Clínica do Instituto de Psicologia Aplicada e Formação, ministrada pelo Prof. Leonardo José Vaz.
Instituto de Psicologia Aplicada e Formação
Especializada em Neuropsicologia Clínica
São Paulo – SP
Julho - 2010
T-24
Sumário
1. Introdução.....................................................pg.03
2. Funções mais importantes................................pg.05
3. Área Pré-Frontal (Córtex).................................pg.06
4. Funções executivas.........................................pg.09
5. Atenção versus memória..................................pg.11
6. Conclusão......................................................pg.13
7. Bibliografia.....................................................pg.14
"Aspectos neuropsicológicos do córtex
pré-frontal"
Introdução
Goldberg, conceitua a função cerebral como uma grande corporação, uma grande orquestra, ou um grande exército tem componentes distintos que desempenham diferentes funções. Assim como essas inúmeras organizações humanas, o cérebro tem seus diretores executivos, seu regente, seu general: os lobos frontais. Para sermos precisos este papel é conferido a apenas uma parte dos lobos frontais, o cortex pré-frontal. Entretanto é comum utilzar-se um modo de expressão abreviado, “lobos frontais”.
Os lobos frontais receberam associação à realeza e à aura divina. Em seu notável ensaio cultural e neuropsicológico, Julian Jaynes antecipa a idéia de que os comandos executivos gerados internamente eram erroneamente tomados pelo homem primitivo como vozes de deuses originadas externamente. Fica claro que o advento das funções executivas nos primeiros estágios da civilização humana pode ter influenciado a formação ou o desenvolvimento de crenças religiosas.
Os historiadores da arte notaram detalhe curioso em “A criação de Adão”, o grande afresco de Michelângelo no teto da capela Sistina. O manto de Deus tem a forma precisa do contorno do cérebro, seus pés pousam no tronco cerebral e sua cabeça está emoldurada pelo lobo frontal.
O dedo de Deus, apontando para Adão, e tornando-o humano projeta-se do córtex pré-frontal. Nas palavras de Julius Meier-Graefe: “Há mais gênio no dedo de Deus chamando Adão para a vida do que no conjunto da obra de qualquer precursor de Michelângelo”. Ninguém sabe se a alegoria foi planejada ou foi mera coincidência. É difícil imaginar um símbolo mais poderoso do profundo efeito humanizador dos lobos frontais. Os lobos frontais são verdadeiramente “o órgão da civilização”.
Como o córtex pré-frontal não está ligado a nenhuma função única e facilmente definida, as primeiras teorias da organização cerebral negaram-lhe qualquer papel importante, eram conhecidos como lobos silenciosos.
O lobo frontal, que inclui o córtex motor e pré-motor e o córtex pré-frontal, está envolvido no planejamento de ações e movimento, assim como no pensamento abstrato. A atividade no lobo frontal aumenta nas pessoas normais somente quando temos que executar uma tarefa difícil em que temos que descobrir uma sequência de ações que minimize o número de manipulações necessárias. A parte da frente do lobo frontal, o córtex pré-frontal tem que ver com estratégia: decidir que sequências de movimento ativar e em que ordem e avaliar o seu resultado.
As suas funções parecem incluir o pensamento abstrato e criativo, a fluência do pensamento e da linguagem, respostas afetivas e capacidade para ligações emocionais, julgamento social, vontade e determinação para ação e atenção seletiva.
Traumas no córtex pré-frontal fazem com que uma pessoa fique presa obstinadamente a estratégias que não funcionam ou que não consigam desenvolver uma sequência de ações correta.
Funções mais importantes do lobo frontal
· Comando motor primário referente aos dedos, mão, braço, ombro, tronco, laringe, língua, face, etc.
· Funções cognitivas e emotivas;
· Programação e preparação dos movimentos e controle da postura;
· Controle do movimento conjugado do olhar;
· Processamento das informações olfatórias;
· Área de Broca: produção do padrão de respostas motoras que resultam na expressão verbal com sentido;
· Região homóloga à área de Broca: capacidade de expressão da emoção na palavra falada.
O Córtex Cerebral é a camada mais alta e externa do encéfalo, ou seja, dos dois hemisférios. Trata-se de uma capa de substância cinzenta de mais ou menos 0,3 centímetros de espessura.
Os sulcos e fissuras do Córtex Cerebral é que definem suas regiões em, por exemplo, Lobo Frontal, Lobo Temporal, Parietal e Occipital. O Lobo Frontal é onde se concentra enorme variedade de importantes funções, incluindo o controle de movimentos e de comportamentos necessários à vida social, como a compreensão dos padrões éticos e morais e a capacidade de prever as conseqüências de uma atitude.
O Lobo Parietal recebe e é onde se processam as informações dos sentidos, enviadas pelo lado oposto do corpo. O Lobo Temporal está permanentemente envolvido em processos ligados a audição e memorização, enquanto o Lobo Occipital é o centro que analisa as informações captadas pelos olhos e as interpreta mediante um intrincado processo de comparação, seleção e integração.
A Área Pré-Frontal - (Córtex)
O Córtex Pré-Frontal, considerado uma formação recente na evolução das espécies e a sede da personalidade e da vida intelectiva, modula a energia límbica e tem a possibilidade de criar comportamentos adaptativos adequados ao tomar consciência das emoções.
Na ausência desta parte do Córtex, as emoções ficam fora de controle, são exageradas e persistem após cessar o estímulo que as provocou, até que se esgote a energia nervosa. Por outro lado, o Sistema Límbico através do Hipotálamo, pode exercer um efeito supressor ou inibidor sobre o neocórtex, inibindo momentaneamente a cognição e até o tônus muscular tônico, como se observa nas fortes excitações emocionais.
O relacionamento concreto entre regiões corticais e as emoções ocorreu em 1939. Nesse ano os pesquisadores Heinrich Klüver e Paul Bucy observaram uma síndrome comportamental dramática em macacos depois de submeterem os animais a uma lobotomia temporal bilateral. Os macacos, apesar de muito selvagens e agressivos, tornaram-se mansos e demonstravam um apagamento das emoções.
Esse embotamento de emoções se manifestava, inclusive, como uma espécie de cegueira emocional; os animais não se mobilizavam com objetos familiares nem com os de sua espécie.
Ao mesmo tempo eles apresentaram uma contundente tendência oral, levando à boca todos os objetos.
A área pré-frontal se desenvolveu bastante, na escala filogenética, com o aparecimento dos mamíferos, sendo particularmente desenvolvida no ser humano e, curiosamente, em algumas espécies de golfinhos.
Mas a área Pré-Frontal não faz parte do Sistema Límbico. Entretanto, as intensas conexões que mantém com o tálamo, amígdala e outras estruturas subcorticais límbicas, justificam seu importante papel na expressão dos estados emocionais.
Assim como ocorreu na experiência de Heinrich Klüver e Paul Bucy em relação ao Lobo Temporal, quando o Córtex Pré-Frontal é lesado, há severo prejuízo das responsabilidades sociais, bem como da capacidade de concentração e de abstração, apesar de se manterem intactas a consciência e a linguagem.
Em 1935, foi realizada a primeira Lobotomia Pré-Frontal em seres humanos. Foram seccionadas as conexões límbicas, isolando o Córtex Pré-Frontal, em sua área orbito frontal, na tentativa de tratar alterações emocionais graves decorrentes de doença mental. A princípio houve redução da ansiedade desses pacientes, mas complicações como o desenvolvimento de epilepsia e alterações anormais da personalidade, como a falta de inibição ou de iniciativa ou de motivação impediram a continuidade desse tipo de tratamento.
Da mesma forma como os macacos de Heinrich Klüver e Paul Bucy tinham prejuízo emocional após retirada do Lobo Temporal, a Lobotomia Pré-Frontal realizada em seres humanos para tratamento de certos distúrbios psiquiátricos, resultava igualmente num certo empobrecimento afetivo. Nessas pessoas não aparecia mais quaisquer sinais de alegria, tristeza, esperança ou desesperança.
A área pré-frontal do córtex corresponde a parte anterior não motora do lobo frontal. Ela mantém conexões com o sistema e com o núcleo dorso medial do tálamo. Ela é responsável pela escolha das opções e estratégias comportamentais, pela manutenção da atenção e pelo controle do comportamento emocional.
A mais importante função associativa do lobo pré-frontal parece ser, efetivamente, integrar informações sensitivas externas e internas, pesar as conseqüências de ações futuras para efetuar o planejamento motor de acordo com as conclusões.
Exemplos dos tipos mais incapacitantes de Síndromes Cognitivas clássicas;
Apraxia –- distúrbio dos movimentos aprendidos na ausência de alterações sensoriomotoras elementares (paralisias, ataxia, alterações da sensibilidade), (hemisfério cerebral esquerdo).
Ideativa – ações rotineiras, como fazer café, lavar a louça, dirigir, se decompõem em elementos mais simples, que são efetuados fora das seqüências corretas. ( córtex pré-frontal).
Funções Executivas
Conceituação, diferentes propostas, estudos e abordagens.
Função executiva, conjunto de operações mentais que organizam e direcionam os diversos domínios cognitivos categoriais para que funcionem de maneira biologicamente adaptativa. Para que a utilização dos recursos físicos e sociais seja econômica e eficaz, não basta que os domínios cognitivos categoriais estejam intactos, é essencial que, além disso, sejam integrados aos propósitos de curto, médio e longo prazos do individuo.
Um dos axiomas da Neuropsicologia é que o funcionamento executivo confere autonomia ao individuo em relação ao seu meio ambiente.
Quando as funções executivas falham, o individuo perde a autonomia, tornando-se anormalmente dependente, o que é descrito, por exemplo, como “passividade”, “docilidade”, “indiferença”. Outra condição clínica comum é a síndrome do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade da criança.
O córtex pré-frontal desempenha papel fundamental na formação de metas e objetivos no planejamento de estratégias de ação necessárias para a consecução de objetivos. Ele seleciona as habilidades cognitivas requeridas para a implementação dos planos, coordena essas habilidades e as aplica em uma ordem correta. Finalmente o córtex pré-frontal é responsável pela avaliação do sucesso ou do fracasso de nossas ações em relação aos nossos objetivos.
Para tanto, Shimamura propõe uma seleção dinâmica teórica para descrever o papel do córtex pré-frontal em funções executivas, para agir como um alto nível gating ou mecanismo de filtragem que melhora ativações goal-directed e inibe ativações irrelevante. Este mecanismo de filtragem permite o controle de execução em vários níveis de processamento, incluindo a seleção, manutenção, atualização, ativações e reencaminhamento. Também tem sido usada para explicar a regulação emocional.
Miller e Cohen propuseram uma teoria integrativa do córtex pré-frontal. Os dois teorizaram que "controle cognitivo decorre da manutenção ativa dos padrões de atividade no córtex pré-frontal, que representa os objetivos e os meios para alcançá-los. Eles fornecem sinais de polarização para outras estruturas do cérebro, cujo efeito é o de orientar o fluxo de atividade ao longo dos caminhos neurais que estabelece o mapeamento adequado entre entradas, estados internos e produtos necessários para executar uma determinada tarefa. Essencialmente teorizam que o córtex pré-frontal orienta as entradas e conexões, que permite o controle cognitivo de nossas ações.
O córtex pré-frontal é de significativa importância durante o processamento top-down. Top-down de transformação, por definição, é quando o comportamento é guiado por estados internos ou intenções. Segundo os dois pesquisadores, "O córtex pré-frontal é crítico em situações em que os mapeamentos entre os inputs sensoriais, pensamentos e ações são pouco ou estabelecidos em relação a outros existentes ou mesmo os que estão mudando rapidamente. Um exemplo disto pode ser retratado na tarefa de classificar do cartão Wisconsin (WCST). Indivíduos que exerçam esta tarefa são instruídos a classificar os cartões de acordo com a forma, cor ou número de símbolos que aparecem nelas. A idéia é que qualquer cartão de dado pode ser associado com um número de ações e nenhum mapeamento estímulo-resposta. Seres humanos com danos do córtex pré-frontal são capazes de classificar o cartão nas tarefas iniciais simples, mas incapazes de fazer assim com as regras de mudança de classificação.
Miller e Cohen concluem que a implicação de sua teoria pode explicar o quanto o córtex pré-frontal tem de orientar o controle das ações cognitivas. Os pesquisadores afirmam que em função do seu objetivo de influência, as representações no córtex pré-frontal pode funcionar de várias formas como os modelos de atenção, regras ou objetivos, fornecendo sinais de viés top-down para outras partes do cérebro que orientam o fluxo de atividade ao longo dos caminhos necessários para executar uma tarefa.
Em poucas décadas atrás, imagens do cérebro de sistemas têm sido utilizados para determinar volumes da região do cérebro e as ligações nervosas. Vários estudos têm indicado que o volume reduzido e as interconexões entre os lobos frontais com outras regiões cerebrais são observados em pessoas com esquizofrenia, a depressão, as pessoas submetidas a estresse repetido, vítimas de suicídio, criminosos encarcerados, sóciopatas e viciados em drogas. Acredita-se que pelo menos alguma das habilidades humanas de sentir culpa ou remorso, e interpretar a realidade, encontram-se no córtex pré-frontal. Acredita-se que o tamanho e o número de conexões no córtex pré-frontal estão diretamente relacionados com sensibilidade.
O córtex pré-frontal em humanos ocupa uma porcentagem muito maior do cérebro do que qualquer outro animal. A evolução humana mostra que em 5 milhões de anos aumentou em seis vezes o tamanho do córtex pré-frontal.
Atenção versus memória no córtex pré-frontal
Uma teoria amplamente aceita sobre a função do córtex pré-frontal é o da memória de curto prazo. Esta idéia foi formulada primeiramente por Jacobsen, que relatou em 1935 que os danos causados ao córtex pré-frontal de primatas determinou déficits de memória de curta duração.
Karl Pribram e colegas (1952) identificaram a parte do córtex pré-frontal responsável por este déficit como área 46, também conhecido como o córtex pré-frontal dorsolateral. Recentemente, Goldman Rakic e colegas (1993) evocam prazo e perda de memória de curta duração em regiões localizadas do espaço por inativação temporária dos porções do DLPFC. Uma vez que o conceito de memória de trabalho foi criada em neurociência contemporânea por Baddeley (1986), estes achados neuropsicológicos contribuem para a teoria de que o córtex pré-frontal implementa a memória de trabalho e, em algumas formulações extremas, apenas a memória de trabalho. Nos anos 1990 essa teoria desenvolveu uma sequência de importância, e tornou-se a teoria da função predominante pré-frontal, especialmente para os primatas não-humanos. O conceito de memória de trabalho utilizado pelos defensores dessa teoria centrada principalmente na manutenção de curto prazo das informações, e muito menos sobre a manipulação ou o acompanhamento de tais informações ou a utilização dessas informações para decisões. Coerente com a idéia de que o córtex pré-frontal tem funções predominantemente na manutenção da memória, a atividade período de atraso tem sido muitas vezes interpretada como um traço de memória. (A frase "atraso período de atividade" aplica-se a atividade neuronal que se segue a apresentação transiente de um sinal de instrução e persiste até que uma nova "go" ou "gatilho" dê sinal.)
Para explorar interpretações alternativas da atividade período de atraso no córtex pré-frontal, Levedev et al. (2004) investigou as taxas de descarga de neurônios do córtex pré-frontal como único macacos foram um estímulo para a marcação de um local ao recordar um local diferente, não marcado. Ambos os locais serviram como potenciais alvos de movimentos oculares sacádicos. Os resultados mostraram que as funções de memória de curto prazo não podem explicar tudo, ou mesmo mais, a atividade período de atraso em parte do córtex pré-frontal explorado. Os autores sugeriram que a atividade pré-frontal durante o período de atraso, contribui mais para o processo de seleção de atenção (e atenção seletiva) do que para o armazenamento de memória.
Conclusão
Parece, portanto, que existem fortes similaridades entre a evolução do cérebro, da sociedade e de sistemas computacionais feitos pelo homem. Cada um é caracterizado por uma transição do princípio modular de organização para o princípio distribuído. Um estágio altamente evoluído deste processo, um sistema de controle “executivo” emerge para ajudar a controlar na perspectiva de anarquia e caos, que paradoxalmente aumenta com o aumento de qualquer complexidade do sistema. Essa discussão da relação autonomia e controle em vários sistemas complexos e as lições tiradas da análise do cérebro para a compreensão da sociedade é o que deve ficar registrado. Nenhum sistema complexo pode ter êxito sem um mecanismo executivo eficaz, aqui no caso “os lobos frontais”. Mas os lobos frontais operam melhor como parte de uma estrutura interativa altamente distribuída com grande autonomia e muitos graus de liberdade. A relação peculiar entre autonomia e controle incorporada no controle executivo exercido pelos lobos frontais foi captada na frase cunhada por Frederich Engels:
“A liberdade é necessidade reconhecida”.
Bibliografia
1) Lent, Roberto, Neurociência da Mente e do Comportamento – Guanabara Koogan, 2008.
2) Goldberg, Elkhonon, O Cérebro Executivo; Lobos
Frontais e a Mente Civiliada. Imago Ed. 2002.
3) Ratey, John J. – O Cérebro um guia para o usuário,
Objetiva, 2002.
4) Machado, Ângelo, Neuroanatomia Funcional. Atheneu,
2ª edição.
5) Pesquisa em mídia eletrônica.
. Wikipédia.org/wiki/cérebro_humano
. Afh.bio.br/básicos/nervoso3.htm
. Ciênciahoje.pt/índex.php
Maria Critis
Mihaly Csikszentmihalyi
Mihaly Csikszentmihalyi | |
---|---|
Nascermos | Mihaly Robert Csikszentmihalyi 29 de setembro de 1934 |
Faleceu | 20 de outubro de 2021 (87 anos) Claremont, Califórnia , EUA |
Nacionalidade | húngaro |
Alma mater | Universidade de Chicago |
Ocupação | psicólogo, acadêmico |
Conhecido por | Fluxo (psicologia) Psicologia positiva Atividades autotélicas |
Cônjuge(s) | Isabella Selega Em ( m. 1961 |
Crianças | 2; incluindo Christopher |
Carreira científica | |
Campos | Psicologia |
Instituições | Claremont Graduate University Universidade de Chicago Lake Forest College |
Tese | Problemas artísticos e suas soluções; uma exploração da criatividade nas artes. (1965) |
Orientador de doutorado | Jacob W. Getzels |
Estudantes de doutorado | Keith Sawyer |
Mihaly robert csikszentmihalyi ( / m iː h a ɪ t ː k s ɛ n t m ː ˌ h ɑː j ːː / , húngaro : csíckszentmihályi mihály róbert , pronunciado [t͡ʃiːksɛntmihaːji mihaːj] ( ouça ) ; 29 de setembro 1934 - 20 de outubro 2021) foi um psicólogo húngaro-americano. Ele reconheceu e nomeou o conceito psicológico de " fluxo" , um estado mental altamente focado que conduz à produtividade. [1][2] Ele foi o Distinguished Professor of Psychology and Management na Claremont Graduate University . Ele também foi o ex-chefe do departamento de psicologia da Universidade de Chicago e do departamento de sociologia e antropologia do Lake Forest College . [3]
Início da vida [ editar ]
Mihaly Robert Csikszentmihalyi nasceu em 29 de setembro de 1934 em Fiume , [4] agora conhecido como Rijeka , [5] então parte do Reino da Itália . Seu nome de família deriva da aldeia de Csíkszentmihály na Transilvânia. [6] Ele era o terceiro filho de um diplomata de carreira no consulado húngaro em Fiume. [5] [7] Seus dois meio-irmãos mais velhos morreram quando Csikszentmihalyi ainda era jovem; um era um estudante de engenharia que foi morto no cerco de Budapeste , e o outro foi enviado para campos de trabalho na Sibéria pelos soviéticos. [7]
Seu pai foi nomeado embaixador húngaro na Itália logo após a Segunda Guerra Mundial , mudando a família para Roma. [7] [8] Quando os comunistas tomaram a Hungria em 1949, o pai de Csikszentmihalyi renunciou ao invés de optar por trabalhar para o regime. O regime comunista respondeu expulsando seu pai e privando a família de sua cidadania húngara. [7] Para ganhar a vida, seu pai abriu um restaurante em Roma, e Csikszentmihalyi abandonou a escola para ajudar na renda familiar. [5] [7] Neste momento, o jovem Csikszentmihalyi, então viajando na Suíça, viu Carl Jung dar uma palestra sobre a psicologia dos avistamentos de OVNIs. [7]
Csikszentmihalyi emigrou para os Estados Unidos aos 22 anos, trabalhando à noite para se sustentar enquanto estudava na Universidade de Chicago . [7] Ele recebeu um BA em 1959 e um Ph.D. em 1965, ambos da Universidade de Chicago. [7] [9] Ele então ensinou no Lake Forest College , antes de se tornar professor na Universidade de Chicago em 1969. [7]
Trabalho [ editar ]
Csikszentmihalyi foi conhecido por seu trabalho no estudo da felicidade e criatividade , mas é mais conhecido como o arquiteto da noção de fluxo e por seus anos de pesquisa e escrita sobre o tema. [10] Martin Seligman , ex-presidente da American Psychological Association , descreveu Csikszentmihalyi como o principal pesquisador do mundo em psicologia positiva . [11] Csikszentmihalyi disse uma vez: "A repressão não é o caminho para a virtude. Quando as pessoas se restringem por medo, suas vidas são necessariamente diminuídas. Somente através da disciplina livremente escolhida a vida pode ser desfrutada e ainda mantida dentro dos limites da razão." [12]Suas obras são influentes e amplamente citadas. [13]
Fluxo [ editar ]
Em seu trabalho seminal, Flow: The Psychology of Optimal Experience , Csíkszentmihályi delineou sua teoria de que as pessoas são mais felizes quando estão em um estado de fluxo – um estado de concentração ou absorção completa com a atividade em questão e a situação. [15] É um estado em que as pessoas estão tão envolvidas em uma atividade que nada mais parece importar. [15] O estado de fluxo é coloquialmente conhecido como sendo na zona ou no sulco . [16] É um estado ótimo de motivação intrínseca , onde a pessoa está totalmente imersa no que está fazendo. [16]Este é um sentimento que todo mundo tem às vezes, caracterizado por um sentimento de grande absorção, engajamento, realização e habilidade – e durante o qual as preocupações temporais (tempo, comida, ego, etc.) são tipicamente ignoradas. [16]
Em uma entrevista à revista Wired , Csíkszentmihályi descreveu o flow como "estar completamente envolvido em uma atividade por si mesma. O ego cai. O tempo voa. Cada ação, movimento e pensamento segue inevitavelmente do anterior, como tocar jazz . Seu todo o ser está envolvido, e você está usando suas habilidades ao máximo." [17]
Csikszentmihályi caracterizou nove estados componentes para alcançar o fluxo, incluindo “equilíbrio desafio-habilidade, fusão de ação e consciência, clareza de objetivos, feedback imediato e inequívoco, concentração na tarefa em mãos, paradoxo de controle, transformação do tempo, perda de autocontrole. consciência e experiência autotélica ". [18] Para alcançar um estado de fluxo, um equilíbrio deve ser alcançado entre o desafio da tarefa e a habilidade do executor. [19] Se a tarefa for muito fácil ou muito difícil, o fluxo não pode ocorrer, pois o nível de habilidade e o nível de desafio devem ser compatíveis e altos; se habilidade e desafio são baixos e combinados, resulta em apatia. [19]
Um estado que Csikszentmihalyi pesquisou foi o da personalidade autotélica . [18] A personalidade autotélica é aquela em que uma pessoa realiza atos porque são intrinsecamente recompensadores, em vez de alcançar objetivos externos. [20] Csikszentmihalyi descreveu a personalidade autotélica como um traço possuído por pessoas que podem aprender a desfrutar de situações que a maioria dos outros acharia miseráveis. [21] A pesquisa mostrou que os aspectos associados à personalidade autotélica incluem curiosidade, persistência e humildade. [22]
Motivação [ editar ]
A maioria dos trabalhos finais de Csikszentmihalyi se concentrou na ideia de motivação e nos fatores que contribuem para a motivação, o desafio e o sucesso geral. [23] Uma característica de personalidade que Csikszentmihalyi pesquisou em detalhes foi a motivação intrínseca . [24] Ele e seus colegas descobriram que pessoas intrinsecamente motivadas eram mais propensas a serem direcionadas a objetivos e desfrutarem de desafios que levariam a um aumento na felicidade geral. [23]
Csikszentmihalyi identificou a motivação intrínseca como um traço poderoso para otimizar e aprimorar experiências positivas, sentimentos e bem-estar geral como resultado de experiências desafiadoras. [25] Os resultados indicaram um novo construto de personalidade , que ele chamou de orientação para o trabalho , caracterizado por "realização, resistência, estrutura cognitiva, ordem, jogo e baixa impulsividade". [25] Um alto nível de orientação para o trabalho nos alunos é considerado um melhor preditor de notas e cumprimento de metas de longo prazo do que qualquer influência ambiental escolar ou familiar. [25]
Vida pessoal [ editar ]
Csikszentmihalyi casou-se com Isabella Selega em 1961. [26] Ele era o pai do artista e professor Christopher Csíkszentmihályi , e da Universidade da Califórnia, Berkeley professor de tradições filosóficas e religiosas da China e Ásia Oriental Mark Csikszentmihalyi. [27]
Em 2009, Csikszentmihalyi recebeu o Prêmio Clifton Strengths. [28] Ele recebeu o Prêmio Széchenyi em uma cerimônia em Budapeste em 2011. [29] Ele foi condecorado com a Ordem do Mérito da Grã-Cruz da República da Hungria em 2014. [8] Ele foi membro da Academia Americana de Artes e Sciences e membro da Academia Nacional de Educação e da Academia de Ciências do Lazer. [7]
Csikszentmihalyi morreu em 20 de outubro de 2021 de parada cardíaca, em sua casa em Claremont, Califórnia , aos 87 anos. [30] [31]
Publicações [ editar ]
- Csikszentmihalyi, Mihaly (1975). Além do tédio e da ansiedade: experimentando o fluxo no trabalho e no lazer , San Francisco: Jossey-Bass. ISBN 0-87589-261-2
- Csikszentmihalyi, Mihaly (1978) "Recompensas intrínsecas e motivação emergente" em The Hidden Costs of Reward: New Perspectives on the Psychology of Human Motivation Eds Lepper, Mark R; Greene, David, Erlbaum: Hillsdale: NY 205–216 [32]
- Csikszentmihalyi, Mihaly e Halton, Eugene (1981). O Significado das Coisas: Símbolos Domésticos e o Self , Cambridge: Cambridge University Press . ISBN 0-521-28774-X
- Csikszentmihalyi, Mihaly e Larson, Reed (1984). Ser Adolescente: Conflito e Crescimento na Adolescência . Nova York: Basic Books, Inc. ISBN 0-465-00646-9
- Csikszentmihalyi, Mihaly e Csikszentmihalyi, Isabella Selega, eds. (1988). Experiência ideal: Estudos psicológicos de fluxo na consciência , Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-34288-0
- Csikszentmihalyi, Mihaly (1990). Fluxo: A Psicologia da Experiência Ótima . Nova York: Harper and Row. ISBN 0-06-092043-2
- Csikszentmihalyi, Mihaly (1994). The Evolving Self , Nova York: Harper Perennial. ISBN 0-06-092192-7
- Csikszentmihalyi, Mihaly (1996). Criatividade: Fluxo e a Psicologia da Descoberta e Invenção . Nova York: Harper Perennial. ISBN 0-06-092820-4
- Csikszentmihalyi, Mihaly (1998). Encontrando o fluxo: a psicologia do envolvimento com a vida cotidiana . Livros Básicos. ISBN 0-465-02411-4
- Gardner, Howard , Csikszentmihalyi, Mihaly e Damon, William (2001). Bom trabalho: quando a excelência e a ética se encontram . Nova York, Livros Básicos. [33]
- Csikszentmihalyi, Mihaly (2003). Bons Negócios: Liderança, Fluxo e Criação de Significado . Basic Books, Inc. ISBN 0-465-02608-7
- Csikszentmihalyi, Mihaly (2014). O Modelo de Sistemas de Criatividade: As Obras Coletadas de Mihaly Csikszentmihalyi . Dordrecht: Springer, 2014. ISBN 978-94-017-9084-0
- Csikszentmihalyi, Mihaly (2014). Fluxo e os fundamentos da psicologia positiva: as obras coletadas de Mihaly Csikszentmihalyi . Dordrecht: Springer, 2014. ISBN 978-94-017-9087-1
- Csikszentmihalyi, Mihaly (2014). Aplicações do Fluxo no Desenvolvimento Humano e na Educação: As Obras Completas de Mihaly Csikszentmihalyi . Dordrecht: Springer, 2014. ISBN 978-94-017-9093-2
Veja também [ editar ]
- Atenção
- Ciência cognitiva
- Criatividade
- Método de amostragem de experiência
- John Neulinger
- Motivação
- Psicologia
Referências [ editar ]
- ^ O'Keefe, Paul A. (4 de setembro de 2014). "Gostar do trabalho realmente importa" . O New York Times . Recuperado em 30 de outubro de 2015 .
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- ↑ Csikszentmihalyi, Mihaly (8 de agosto de 2014). Aplicações do Fluxo no Desenvolvimento Humano e na Educação: As Obras Completas de Mihaly Csikszentmihalyi . ISBN 9789401790949.
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Links externos [ editar ]
Wikiquote tem citações relacionadas a: Mihaly Csikszentmihalyi |
- Página do corpo docente da Claremont Graduate University
- Pensador do Ano em Canais Cerebrais - 2000
- Mihaly Csikszentmihalyi: "A construção da felicidade" (Vídeo)
- Mihaly Csikszentmihalyi no TED
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